Por que Acredito que a Esquerda é o Melhor Caminho para Combater as Desigualdades no Brasil

Por que Acredito que a Esquerda é o Melhor Caminho para Combater as Desigualdades no Brasil

Como professor de História, tive a oportunidade de analisar diversos contextos políticos e sociais ao longo dos séculos, e uma convicção se fortaleceu em minha mente: a esquerda, mesmo que nunca tenha tido a oportunidade de governar plenamente o Brasil, representa o melhor caminho para combater as desigualdades que marcam nossa sociedade.

Nos livros, nas salas de aula e nas ruas, percebo que as desigualdades sociais no Brasil são profundas e estruturais, e têm raízes em um passado colonial marcado pela exploração, pela concentração de renda e pela exclusão social. A direita, com sua visão mais voltada ao mercado e ao individualismo, historicamente pouco fez para alterar essa realidade. Os avanços sociais que conquistamos ao longo do tempo, como o direito à educação pública e universal, o acesso a programas de redistribuição de renda e a valorização da diversidade, foram, em grande parte, pautas defendidas por setores progressistas da sociedade.

A esquerda, com sua abordagem centrada no coletivo, na justiça social e na busca por equidade, se apresenta como a alternativa mais consistente para transformar essa realidade. Não falo de uma utopia inalcançável, mas de políticas públicas concretas que buscam garantir oportunidades iguais para todos, independentemente de classe social, cor da pele ou origem. A luta por um sistema de saúde acessível, educação de qualidade e programas de distribuição de renda são exemplos claros de como uma visão progressista pode contribuir para a redução das desigualdades.

É importante reconhecer que nunca tivemos, de fato, uma experiência de governo de esquerda plena no Brasil. Embora tenham ocorrido avanços significativos em certos períodos, os governos que se identificaram com a esquerda precisaram governar em um sistema profundamente marcado por interesses econômicos e políticos que não permitiram uma transformação estrutural completa. A pressão exercida por grupos conservadores e elites econômicas sempre impediu que mudanças mais profundas fossem implementadas.

Mesmo assim, é inegável que políticas progressistas, como o Bolsa Família, as cotas raciais e a valorização do salário mínimo, trouxeram melhorias concretas para milhões de brasileiros. Foram iniciativas que, apesar das críticas, mostraram que é possível construir um país mais justo quando se coloca o ser humano no centro das decisões.

A esquerda, ao contrário do que muitos afirmam, não é contrária ao crescimento econômico ou à iniciativa privada. O que ela propõe é um modelo que combina o desenvolvimento com a inclusão social, garantindo que o crescimento econômico não beneficie apenas uma pequena parcela da população, mas que promova oportunidades para todos. Afinal, um país não pode ser considerado desenvolvido enquanto milhões de pessoas ainda vivem na miséria, sem acesso a direitos básicos como educação e saúde.

A desigualdade brasileira é uma chaga aberta que precisa ser tratada com seriedade e comprometimento. Enquanto prevalecer a lógica do mercado acima da dignidade humana, as oportunidades continuarão sendo privilégio de poucos. A esquerda representa uma alternativa viável para essa mudança, pois entende que o progresso não deve ser medido apenas pelo crescimento do PIB, mas pela melhoria da qualidade de vida de toda a população.

Não estou dizendo que a esquerda é perfeita ou isenta de erros. Assim como qualquer outra corrente política, há desafios, contradições e equívocos. No entanto, o que me convence é sua capacidade de olhar para os mais vulneráveis e propor soluções que busquem equilíbrio e justiça.

Se o Brasil deseja realmente enfrentar suas desigualdades, é preciso dar uma chance real a políticas que coloquem as pessoas em primeiro lugar. Precisamos de um governo que invista na educação como prioridade absoluta, que fortaleça o sistema de saúde pública, que combata as injustiças raciais e de gênero e que esteja disposto a enfrentar os interesses dos poderosos em nome do bem comum.

Como professor, continuo acreditando que a educação é a chave para essa mudança, e que somente uma sociedade mais consciente de sua própria história será capaz de fazer escolhas que favoreçam a construção de um Brasil mais justo, igualitário e humano.

O que esperar do novo governo Trump?

MITOS URBANOS

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*